terça-feira, maio 18, 2010
Procurando sentido
Todas as vezes que assisto Amélie, sinto uma peqeuna esperança brotar.
Pequenas coisas...
Pequenos prazeres
Que esse mundo Pós moderno mutila. Sem dúvida.
Já não há mais sentido nas pequenas coisas. Tudo tem quer ser grandioso, de tamanho destaque! É preciso ser mais, e ganhar essa disputa idiota que os homens acreditam os fazer melhor ou menor.
Será a lógica do mundo adulto?
Se for, quero voltar à infância.
"Biiip, biiip." É o despertador. Ou melhor, o alarme do celular. Uma das necessidades para encontrar um amigo quando mais precisa...
A não ser que tenha orkut e msn!
O problema é se sua lista de contatos for pequena, ou se no momento que mais precisar o "status" daquele amigo seja "ocupado"!!
Contente-se com vc mesmo!
A lista de amigos virtuais pequena, celular descarregado (se é que tem um), pô, agora a internet caiu! Nem mesmo uma sala de bate papo "virtual" me salvará!
Tô excluído do mundo virtual: ambiente mais verdadeiro, aonde as pessoas se pintam pra parecer sinceras e legais.
Me sinto só!
Bom, já é tarde também... Amanhã tenho que me frustrar mais um pouco, chego às 06:00 no trabalho....
Quero voltar a ser criança.
Voltar a sonhar.
Voltar a sentir prazer nas pequenas coisas. E florescer novamente em mim um sentimento diário, como quando assito Amélie. Encantador!
Uma pitada de encanto talvez tornaria essa vida Pós-moderna e adulta mais leve!
Joyce.
domingo, maio 16, 2010
Está decido: por um tempo suspenderei as emoções.
Tentarei, ao menos por hoje, não me apegar, não me emocionar, não chorar, nem mesmo sorrir... Não me permitirei sentir! Mesmo me perguntando a cada segundo, se está ao meu alcance controlar aquilo que sinto. O controle dos desejos, das vontades, das loucuras que penso em fazer. Que surgem “do nada”, de um instante, de um passo, uma fala... E se estende pra vida. Ao menos nas lembranças da vida, boas ou ruins. Só saberemos as conseqüências depois de agir.
Tentarei dizimar todas as formas de emoções. Todas as formas de sentir. E no recluso da minha alma, esconderei cada grão de desejo, de dor, de afeto, de riso, de calma, de esperança. A última tem me acompanhado nas horas dos últimos dias. E por aí se foi... Mesmo sem eu querer.
Ah, inevitável contradição! Foi sem eu querer (esperança) e agora quero que se vá (ou simplesmente não volte!).
Eis aí o que sou: uma contradição, um medo, uma dúvida. Aparentemente forte. Verdadeiramente só e insegura. Que busca, desde suas crises de 13 anos de idade, uma resposta a tudo que vive (viveu), que sente (sentiu), que vê (e pensa que vê).
Uma inconstância. Uma ansiedade. Uma ânsia de encontrar, e acaba perdendo-se em si.
Tudo que acontece comigo é intenso, e por isso efêmero. Tudo rápido demais, não vejo nada no momento, só consigo perceber quando sinto falta, e alguns relances do que vivi passam pela minha saudade.
Não poderia ser diferente. O intenso só é intenso porque dura pouco (tempo). Assim são as coisas boas dessa vida. Uma paixão fulminante, uma alegria, um nascimento, um porre, um êxtase, um orgasmo... Tudo muito rápido... Mas intenso!
Sobre isso fico me perguntando: o que realmente importa? O tempo ou a eternidade do momento?
O efêmero que se encontra no tempo ou o intenso que se faz nos segundos (ou milésimos deles)?
Tudo se repete. As coisas e os medos sempre voltam (ou só reaparecem, pois permanecem escondidos e camuflados pelos segundos de segurança e poder, e intensidade).
E passa. É preciso continuar... Continuar a trabalhar, produzir e lucrar! Afinal, preciso ser alguém na vida, ou melhor, possuir bens na vida, caso contrário, uma fracassada (a mais) surgirá! Uma derrotada. Sentir não basta, não importa muito. Trabalha no quê? Faculdade do quê? Já conseguiu atingir a meta? E a poupança, anda gorda? Ter, ter, ter...
A vida humana é baseada em acumulação de capital. No consumo, na venda, troca, valores.
Isso sempre me sufocou. Sempre. E assim caminho, tentando, como hoje, seguir os padrões e esquecer as emoções. Enterrá-las e fingir que nada aconteceu, nada me tocou, nada me fez sentir bem. A não ser a conta corrente abonada no final do mês (mesmo que para isso foi preciso sufocar todas as minhas emoções).
E por não saber o que sinto realmente, tentarei não sentir e evitar acreditar além do que esperam de mim.
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